domingo, 2 de janeiro de 2011

carta de despedida x: ♥

[peço desculpa se me alonguei demais, mas foi a única forma de dizer o que há muito estava por dizer e mesmo assim acho que não disse tudo]
Não vai haver despedida, desta forma, decidi despedir-me de ti, vou (re)lembrar-te de como tudo começou, continuou e finalmente acabou. Vou falar-te não, apenas, do amor que existiu entre nós, mas da nossa amizade, amizade aquela que parecia tão forte, inquebrável e um namoro conseguiu estragar tudo aquilo que demorámos anos a construir. 
Conhecia-te de vista, estava contigo todos os Sábados, mas nunca tínhamos falado, nunca tínhamos sorrido um para o outro e aposto que mal olhas-te para mim, tal qual eu mal olhei para ti; até aquele dia, decidi ir passear e encontrei-te, a minha maior amiga era uma das tuas maiores amigas, apercebi-me que te conhecia de algum lado e logo percebi. Se ela confiava em ti, porque não haveria eu de confiar? Confiei em ti com a minha vida, contava-te tudo, sabias mais da minha vida do que eu, antes de fazer as coisas já sabias que as ia fazer (talvez isso tenha facilitado a nossa relação) e eu conhecia-te tão bem quanto tu a mim.
Essa amizade tão importante, tornou-se numa amizade especial, sentia um enorme conforto quando estava contigo, um desejo maior que a minha força, apenas o teu cheiro me deixava incontrolável (até à bem pouco tempo). Sentia que eu te pertencia e tu a mim, sentia que éramos apenas 'um', mas eu estraguei tudo, troquei-te, magoei-te e tu o mesmo me fizeste! Deixámos de falar durante alguns meses, uns diziam 'amor mal resolvido' e eu dizia 'amizade mais que acabada', mas a verdade é que tempos depois estava outra vez bem contigo,  mas tu voltas-te a afastar-te de mim porque namorava, seriam ciumes? isso eu não sei, porque como dizes 'só tem ciumes quem ama' e nessa altura não me amavas. Tempos depois a história voltou-se a repetir, mas começámos a afastar-nos, mas talvez não tanto como da última vez, ficou sempre aquela amizade, aquela confiança, aquele conforto e aquela sensação de não conseguir controlar o que sentia.
A nossa 'amizade' ficou melhor que nunca, finalmente pertencias completamente à minha vida, dizias amar-me e eu amava-te, amava-te mesmo não querendo, talvez tivesse medo de me magoar, mas esse medo foi-se perdendo pelo caminho, pelo caminho percorrido a teu lado, pelo nosso caminho, pelo caminho do nosso 'amor', decidi entregar-me a ti, entregar-te o meu coração e chamar-te 'eterno namorado', talvez eternidade não devesse ter sido uma palavra utilizada contigo, mas foste dos únicos se não o único que me fez acreditar que o sempre podia existir numa relação.
O nosso namoro nunca foi fácil, passei por muito para tentar ficar contigo, mas as diferenças começaram a notar-se, podia existir amor, mas éramos tão diferentes, não sei como nunca me tinha apercebido disso antes, tínhamos maneiras diferentes de pensar, maneiras diferentes de ver o futuro, mas tentávamos conciliar os nossos sonhos. Mas as diferenças cada vez se agravavam mais e a minha falta de maturidade também, talvez já tivesse saturada de tudo aquilo que existia, mas eu amava-te, mesmo depois do fim, continuei a amar-te muito tempo, talvez mais do que desejei. 
Imaginas o que sofri por ti? Duvido muito, passava as noites a chorar, agarra-me às recordação e chorava, revia as fotos e continuava a chorar. Ao lembrar-me penso como fui ingénua. (e foi precisamente neste sitio, onde hoje escrevo, que começámos a namorar)
Hoje falo de tudo sem rancor, apenas tenho pena que a nossa amizade também se tenha ido, quando passo por ti baixo a cabeça, viro-a, faço de conta que estou feliz e que não te vi. Depois fico a pensar se fiz bem ou  mal, se te devia ter ido falar ou não, afinal de contas entre nós existiu mais do que um 'simples' amor.
Hoje escrevo sem qualquer tipo de sentimento, apenas saudade, saudade não do teu amor, saudade da tua amizade, saudade não do que eras para mim, mas sim do que eu era contigo.  Pois de ti (como paixão) já me desliguei há algum tempo, soltei-me de ti, libertei o meu coração, amei e fui amada novamente..
Não sei para que ainda escrevo sobre ti, não lês, nem de mim te deves lembrar.
Se algum dia precisares de desabafar com alguém, seja sobre o que for, e não saibas com quem, o meu número infelizmente não deve continuar activo, mas sabes bem onde e como falar comigo. Talvez esse dia nunca chegue, porque tens mais pessoas em que confias, talvez mesmo com a tua vida, ou por simples orgulho.
Foi possivelmente a última vez que escrevi sobre ti
catarinamorais

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