Amar? Pergunto-me se já amei na vida, sempre me disseram que o amor era eterno, que suportaria tudo e que nem a distância o separaria. Olho para o passado e vejo uma adolescente com vontade de crescer, vontade de amar, ser amada e de ter uma daquelas histórias dignas de filme. Mas essa adolescente não encontrou o seu principe encantado, foi vivendo ilusões, não queria ver a verdade, sempre deu o seu melhor, acreditou no amor eterno, acreditou que toda a gente podia ser sincera como ela e que conheceria o homem da vida dela aos 14 anos, mas esse homem tournou-se rápidamente numa desilusão, essa adolescente caiu rapidamente no esquecimento, e o 'principe' encontrou logo outra mulher da vida dele. Não foi a unica desilusão que tive na minha vida, não foi o único que me partiu o coração. Hoje, não me sinto preparada para conhecer o homem da minha vida, talvez tenha medo de voltar a ter uma relação, de voltar a sonhar e mais tarde sofrer, mas não tenho medo de amar, quem tem medo de amar? Eu continuo a amar, amar faz viver, mas amar não quer dizer se entregar nem acreditar.
As desilusões vêm de quem menos esperamos, das pessoas a quem chamavámos 'melhor amiga', 'irmã', daquela para quem sempre estiveste presente, mas quando precisaste ela não estava. Um certo dia, apercebi-me que a nossa amizade era feita de mentira, de ciúme, de palavras que não foram ditas e eu deixei-me espezinhar. Tive medo de a perder, a única pessoa com quem passava as noites a falar. Mas agora percebo que na verdade, foi ela quem precisou de mim, ela nunca esteve presente para me limpar as lágrimas e quando eu estava mal, ela apenas me deitava mais a baixo, eu sentia-me inferior, sentia que toda a gente me poderia trocar por ela, que ela valia mais que eu, que era melhor que eu. Mas depois de a conhecer verdadeiramente, como é que eu poderia ter ciumes dela? Da relação que as pessoas tem com ela? Uma pessoa que finge ser algo que não é, em que a amizade é baseada em mentiras. Prefiro estar sozinha do que mal acompanhada, prefiro chorar sozinha do que ter alguém que me vai julgar.
